logotipo portal floral b

 

gaia mae terra

 

Na mitologia Gaia é a grande Mãe, Geia ou Gé, deusa primordial, geradora de todos os deuses, a Mãe-Terra,
um dos primeiros elementos que surgiu no despontar da criação, junto com o Ar, Mar e Céu.

Segundo Hesíodo, no princípio surge o Caos (o vazio) e dele nascem:

- Gaia (a terra)
- Tártaro (o submundo)
- Eros (o amor)
- Érebo (as trevas)
- Nix (a noite)

Ela é a segunda divindade primordial, nascendo após Caos e foi uma das primeiras habitantes do Olimpo.
Gaia gerou sozinha Urano (o Céu), Ponto (o mar) e as Óreas (as montanhas).

Ela gerou Urano, seu igual, com o desejo de ter alguém que a cobrisse completamente, e para que
houvesse um lar eterno para os deuses "bem-aventurados&quot. 

Gerou descendentes de suas uniões com:

- Urano (o Céu): gerou os deuses celestiais: os doze titãs: Oceano, Céos, Crio, Hiperião, Jápeto, Teia, Reia,
Têmis, Mnemosine, a coroada de ouro Febe e a amada Tétis e por fim Cronos, o mais novo e mais terrível
dos seus filhos
- Ponto (o Mar): gerou os deuses marinhos
- Tártaro (o submundo): gerou os Gigantes

E as criaturas mortais foram crescendo ou nascendo de sua matéria terrena.

Segundo a lenda, Urano, senhor do Céu, temia que seus filhos o destronassem, então prendia-os no Tártaro.
Gaia por sua vez, revoltada com essa ação cruel e mesquinha do esposo, decidiu armar um dos seus filhos,
Cronos, com uma foice.

No momento em que Urano fora unir-se à esposa, durante o ciclo perene de criação, Cronos o atacou,
castrando-o, separando assim o Céu e a Terra.

Cronos lançou às águas marinhas os testículos do pai, onde algumas gotas do seu sangue recaíram sobre
Gaia, que fertilizada, concebeu as divindades Erínias (as Fúrias).

Após a queda de Urano, Cronos subiu ao trono do mundo e libertou os irmãos. Mas ao ver o quanto eram
poderosos, os aprisionou mais uma vez. Gaia, revoltada novamente com o ato de tirania e intolerância do
filho, tramou nova vingança.

Já havendo assumido regência do universo e se casado com Reia Cronos foi por Urano advertido de que
um de seus filhos o destronaria. Ele então passou a devorar cada recém-nascido tal qual o fizera o pai.
Então mais uma vez, Gaia se revoltou e ajudou Reia a salvar o filho Zeus, escondendo-o em caverna em
Creta, onde seria amamentado pela cabra Aix da ninfa Amalteia.

Reia então, em vez de entregar seu filho para Cronos devorá-lo, entregou-lhe uma pedra.
Já adulto, Zeus declarou guerra ao pai e aos demais titãs com o apoio, mais uma vez, de Gaia.

Ela então pariu os andróginos, seres com quatro pernas e quatro braços que se ligavam por meio da coluna terminado em duas cabeças, além de possuir os órgãos genitais femininos e masculinos.

Os andróginos surgiam do chão em todos os quadrantes e escalavam o Olimpo com a intenção de destruir Zeus, mas, por conselhos de Têmis, ele e os demais deuses deveriam acertar os Andróginos na coluna, de modo a dividi-los exatamente ao meio. Assim feito, Zeus venceu. 

Gaia então produziu uma planta que ao ser comida poderia dar imortalidade aos gigantes; todavia a planta necessitava de luz para crescer. Ao saber disto Zeus ordenou que Hélio, Selene, Eos e as Estrelas não subissem ao céu, e escondido nos véus de Nix, ele encontrou a planta e a destruiu.

Mesmo assim Gaia incitou os gigantes a empilharem as montanhas na intenção de escalar o céu e invadir o Olimpo. Zeus e os outros deuses permaneceram invictos, entretanto, durante cem anos nenhum dos lados chegava ao triunfo, então Gaia foi até Zeus e prometeu que ele venceria e se tornaria rei do universo se descesse ao Tártaro e libertasse os três ciclopes e os três hecatônquiros. Ouvindo os conselhos de Gaia, Zeus venceu Cronos com a ajuda dos filhos libertos da Terra e se tornou o novo soberano do Universo.

Zeus realizou um acordo com os hecatônquiros para que estes vigiassem os Titãs no fundo do Tártaro.
Gaia pela novamente se revoltou e lançou mão de todas as suas armas para destronar Zeus.

Como última alternativa, Gaia enviou seu filho mais novo e o mais horrendo, Tifão, para dar cabo dos
deuses e seus aliados.

Os deuses se uniram contra a terrível criatura e depois duma terrível e sangrenta batalha, lograram triunfar sobre a última intentona e prole de Gaia. Enfim, Gaia cedeu e concordou com Zeus que jamais voltaria a tramar contra seu governo. Dessa forma foi ela recebida como uma titã olímpica.

Além dessas contribuições na criação dos deuses, a participação de Gaia se dá também nas mais diversas lendas, caracterizadas, basicamente, pelas infalíveis profecias ou, então, pela enorme capacidade de gerar filhos, de aspecto divino, humano ou monstruoso. 

Hipótese de Gaia

Além da lenda mitológica também foi criada a hipótese de Gaia na década de 70, o inglês James Lovelock elaborou, e segundo ela, o planeta Terra se comporta como um só organismo vivo.

A hipótese Gaia originalmente proposta pelo investigador James Lovelock no ano de 1979, e fortalecida pelos estudos da bióloga norte-americana Lynn Margulis. Essa hipótese foi batizada com o nome de Gaia porque, na mitologia grega, Gaia era a deusa da Terra e mãe de todos os seres vivos.             

Segundo a hipótese, o planeta Terra é um imenso organismo vivo, capaz de obter energia para seu funcionamento, regular seu clima e temperatura, eliminar seus detritos e combater suas próprias doenças, ou seja, assim como os outros seres vivos, um organismo capaz de se autorregular. De acordo com a hipótese, os organismos bióticos controlam os organismos abióticos, de forma que a Terra se mantém em equilíbrio e em condições propícias de sustentar a vida.

A hipótese Gaia sugere também que os seres vivos são capazes de modificar o ambiente em que vivem, tornando-o mais adequado para sua sobrevivência. Dessa forma, a Terra seria um planeta cuja vida controlaria a manutenção da própria vida através de mecanismos de feedback e de interações diversas. Um dos argumentos utilizados pelos defensores dessa hipótese é o fato de que a composição da atmosfera hoje parece depender principalmente dos seres vivos.

Sem a presença dos seres fotossintetizantes o teor de gás carbônico (CO2) na atmosfera seria altíssimo, enquanto que nitrogênio (N2) e oxigênio (O2) teriam concentrações muito baixas. Com a presença dos seres fotossintetizantes, a taxa de CO2 diminuiu, aumentando consideravelmente os níveis de N2 e O2 disponível na atmosfera. Essa redução do CO2 favorece o resfriamento do planeta, já que esse gás é o principal responsável pelo efeito estufa, influenciando muito na temperatura do planeta. Segundo esse argumento, a própria vida interferiu na composição da atmosfera, tornando-a mais adequada à sobrevivência dos organismos.

Embora muitos cientistas concordem com essa hipótese, outros não a aceitam, discordando da ideia de que a Terra seja um “superorganismo”. Um dos argumentos utilizados por esses cientistas é que não só os fatores biológicos moldam o planeta, mas também fatores geológicos, como erupções vulcânicas, glaciações, cometas se chocando contra a Terra, que modificaram e ainda modificam profundamente o aspecto do planeta.

Discordando ou não, a hipótese Gaia nos chama a atenção para as relações existentes entre os seres vivos e o meio ambiente, e principalmente para as relações existentes entre nossa espécie e os demais seres vivos. Dessa forma, utilizemos essa hipótese para refletir sobre os impactos que as nossas atividades estão causando no planeta Terra.